The end getting closer.

O tour acabou dia 19 de fevereiro, nesse dia todo mundo tinha um destino, menos eu. Meu voo pra Hyderabad era só no dia 20 de manhã, eu teria que passar mais uma noite em Delhi. Onde? Não tinha a menor ideia. Sozinha, falida, fodida e mal paga em um domingo, quando não tinha nem como minha mãe me mandar dinheiro.

Eis que me passou pela cabeça um “amigo” que morava em Delhi, o Bhaskar. Fui introduzida a ele pelo Facebook pelo Paulo, um AIESECer de Ponta Grossa também, mas que eu nunca conheci pessoalmente. Desde que ambos souberam que eu ia pra Índia, sempre mantivemos contato e o Bhaskar sempre me foi muto prestativo, me dando dicas e tal. E eles se conheceram um site de troca de cartões postais e coisas de colecionadores, alguma coisa assim (Paulo, me corrija quando eu estiver errada). Aí o Bhaskar tinha uma encomenda para o Paulo, umas moedas indianas para a coleção dele e o mesmo com o Paulo, moedas brasileiras. Eu seria tipo um aviãozinho de tráfico de moedas velhas internacionais. Aceitei fazer a troca numa boa. E mesmo o Bhaskar parecendo ser muito legal, dá 3 tipos de medo, né. Ele podia ser qualquer tipo de maníaco, então pensei: “farei isso no Red Fort com meus amigos e mais 7678698 pessoas em volta, mais seguro”.

Só que eu me vi nessa situação de sem teto na quarta cidade mais populosa do mundo. Vou jogar verde e pedir ajuda, não tenho alternativa. No mínimo o Bhaskar podia me indicar algum hostel muito barato. Então, todas as medidas de segurança e precaução que passavam pela minha cabeça foram por água abaixo e eu pensei sabiamente: foda-se, vou confiar na minha sorte mais uma vez.

Joguei o verde pro Bhaskar contando minha situação, dizendo que eu não sabia o que fazer e colhi maduro. Ele me ofereceu a casa dele. Ele disse que já tinha comentado com os pais dele sobre isso e tal e eles tavam super de boa. Mesmo sabendo que ele morava com os pais, ainda passei um cagaço. Mas não passava uma agulha. Raciocinem comigo: eu tava indo pra casa de um cara que eu conhecia só pelo Facebook porque ele era amigo virtual de outro amigo meu que eu também só conheço via Facebook, por mais que eu soubesse que era da mesma cidade e AIESEC que eu dá medo (sem ofensa, Paulo, mas na hora me passou tudo pela cabeça). Segurei na mão de Shiva e fui.

Rapaz, eu nunca fui tão bem tratada na minha vida. O Bhaskar foi me buscar, super simpático e preocupado se eu tava bem, como foi a viagem e tal. Chegando na casa, conheci a mãe dele que era uma fofa, nem falava inglês, mas sorria pra mim o tempo todo e achava o máximo quando eu falava alguma coisa em hindi. Depois eu conheci o pai dele que também era muito simpático. E como toda boa família indiana não paravam de me oferecer comida e chai. Pela mãe dele eu comia a panela de paneer inteira que ela fez. Eu já contei aqui no começo, em casa de indiano eles gostam que você coma loucamente e NÃO param de te servir se você não for muito veemente no seu “não”. A emoção maior foi a comida sem pimenta. Os pais dele tinham problemas de saúde e por isso não podiam com muita masala. Comi o paneer mais gostoso da minha vida.

Depois do jantar, eles passaram horas me mostrando as coleções do Bhaskar e me deram um monte de presentinhos, desde imãs de geladeira até uma agenda. Eu fiquei muito feliz e ao mesmo tempo sem graça porque não tinha nada pra dar pra eles. Aí eu lembrei que tinham uns CD’s na minha mala e eu dei um do Martinho da Vila pra ele. Presentaço, falaê?

Pais do Bhaskar

Pais do Bhaskar

No dia seguinte, meu voo era às 9 da manhã, ou seja, eu tinha que acordar muito cedo porque era longe do aeroporto. Me acordaram, fizeram café da manhã pra mim e a mãe dele ainda costurou a minha mala que tinha rasgado e eles tavam mais preocupados que eu. O Bhaskar ligou pro táxi e me levou até o aeroporto. Não gastei uma rúpia, mesmo porque eu não tinha, mas eles não sabiam disso. Cara, se isso não é Deus na vida, eu não sei mais o que é. Eu tinha noção de famílias indianas, costumes etc, sabia da pira de que visitas serem sagradas na cultura hindu, mas eu não sabia pra onde eu tava indo. Cultura indiana me surpreendendo mais uma vez. E, ateus, expliquem essa. Rs.

Devidamente embarcada, cheguei em Hyderabad. Há pouco mais de um mês eu tinha me visto na mesma cena, quando cheguei na Índia. Mas agora era diferente. Eu sabia o que me esperava, o cheiro e o rosto das pessoas não me assustavam mais, pelo contrário. Uma sensação estranha que eu já era parte daquilo ali, sendo isso bom ou ruim. Cheguei, tomei um café e liguei pro Shashank. Ele passou as coordenadas pro taxista que me levou pra acomodação da AIESEC onde eu ficaria pelos próximos dias até voltar pro Brasil. No caminho até lá eu vi uma Hyderabad completamente diferente dos meus primeiros dois dias na Índia. Vi uma baita de uma cidade, bem cosmopolita, com nada do que eu lembrava na data da minha chegada porque eu deveria estar muito nervosa. Vi o Paryatak Bhavan e passou o filme do meu primeiro dia na Índia na minha cabeça. Lembrei do Chicão e de todos os outros caras que me ajudaram aquele dia, lembrei de como eu não conseguia entender nem a pau o sotaque deles e hoje eu já falava do mesmo jeito. Cara, fazia mais de um mês que tudo aquilo tinha acontecido. Que loucura.

Cheguei no flat que ficava longe pra cacete do centro, mas era em um bairro super bom de “classe” média-alta. Com apartamentos e arquiteturas de casas que eu nunca tinha visto na Índia até então, super ocidentais. Quando eu cheguei estavam morando lá um chinês, um russo e dois japoneses e no dia seguinte apareceu um egípcio.

Depois de uns dias, apareceu lá a Maria, uma brasileira que tava morando em outra acomodação, junto com mais 3 ou 4 meninas de lugares diferentes da Ásia: Indonésia, Japão e China. Nesse dia a gente saiu, fomos pra balada. Eu tava querendo muito saber que as baladas indianas eram mesmo todas uma falha que nem as de Vizag, mas não. Foi super divertido e só dá estrangeiro. Na verdade, Hyderabad pra mim foi isso: festa. Apesar de eu ter trabalhado por dois dias lá fazendo o que eu fiz em Vizag, apresentações sobre o Brasil, em uma escola internacional. Foi muito bom, crianças MUITO espertas. Até ensinei eles a fazer brigadeiro e eles adoraram. As professoras arrumaram um microondas lá do nada e me intimaram a ensinar. Conheci muita gente legal. E dias depois, eu perto do flat onde eu morava comprando coco e um carro parou atrás de mim e uma voz aguda gritou: “Raísa!! Oi!!” eu olhei e era um dos piazinhos dessa escola que eu não fazia a mínima de qual era o nome, mas lembrava dele. Fiquei tão feliz, cara. Ele lembrou meu nome e como se cumprimentava em português. Uma fofura.

Alguns dias depois, voltaram à civilização 3 brasileiros que passaram 10 dias em um ashram, centro de meditação. Que pira, como eu queria ter descoberto um lugar desse antes. Eles contaram que foi muito difícil, mas eu tava numa vibe “challenge accepted”, então topava fácil, mas cheguei tarde. Enfim, os brazucas eram o Alexandre (Floripa), Larissa (Bagé/Porto Alegre) e a Gabriella (Rio). Gente boníssimas. Aos poucos foi todo mundo indo embora a começar pela Larissa, depois o Alexandre e a Maria foram viajar e a gente não ia se encontrar mais, e acabou eu e a Gabi de brasileiras no flat. Nesse meio tempo conheci o Sávio e reecontrei a Elissa e a Maíra, aquelas brasileiras que apareceram em Vizag por uns dias, lembram? Não? Leiam os posts anteriores.

Ah, finalmente conheci o Shashank, meu manager, o cara me me entrevistou e me convenceu a ir pra Índia. O culpado de tudo de bom e ruim que aconteceu comigo. Ele é um fofo, super simpático e diz que tá vindo pro Brasil esse ano. Ele criou uma relação muito forte com os brasileiros que viveram em Hyderabad, relações ainda mais estreitas com uma brasileira que eu não cheguei a conhecer, então lógico que ele quer mais do que nunca vir pra cá. Rs.

Balada em Hyderabad

Balada em Hyderabad

Conheci um indiano ‘cho louco também chamado Mohit. O cúmulo da simpatia, nem é da AIESEC, mas ficou amigo de todo mundo. A galera conheceu ele numa balada onde ele é dançarino de salsa (!!!) E ele passou tanto tempo com brasileiro que ele consegue cantar músicas em português sem um pingo de sotaque indiano. É assustador!

Bom, agora eu vou contar o que a maioria já sabe pelo Facebook: meu acidente de auto. Velho, quem sofre um acidente de auto? Só eu e o Sávio, mais ninguém. Eu passei 2 meses na Índia sem ver um acidente e o primeiro que eu vejo é comigo.

Eu sismei que queria fazer minhas últimas compras na Índia em um lugar que o Mohit tinha contado pra Larissa, mas ela não pode ir antes de ir embora, então decidi ir por conta. O Sávio aproveitou pra ir comigo porque ficava no meio do caminho até o orfanato que ele morava e trabalhava. No meio do caminho, algo tipo um carro tirou fina do auto aconteceu e eu com a minha boca ENORME falei “cara, se a gente sofresse um acidente de auto eu ia poder dizer que eu vivi tudo na Índia MESMO”. Porra, velho. Inacreditável. Ganesh devia estar me rodeando e disse amém. Deu uns 10 minutos a bagaça me perde o freio em uma decida e tomba. Quebrou e amassou tudo o auto. Com a gente não aconteceu muita coisa. Na hora eu não senti absolutamente nada, só um arranhão no joelho. No dia seguinte eu achei um galo na minha cabeça, um roxo no meu braço e no meu pé. Rapa, eu ri tanto, tanto. Eu saí de baixo do auto rindo. Um pouco era de susto, porque, caramba… assusta! HEUHEUHE. Na volta, eu tinha que pegar um auto também, ainda traumatizada. Antes de eu entrar eu já falei pro motorista: moço, dirige com cuidado, tá? sem pressa. Enfim, posso dizer: vivi tudo na Índia.

Esse é o penúltimo post. O último será meu parecer final sobre toda essa experiência. Muita coisa, muito detalhe eu deixei de contar, mas é que acaba sendo impossível falar tudo. Não é por esquecimento porque é difícil esquecer desse tipo de coisa. Eu nunca vou esquecer uma virgula do que eu vivi lá. Mas, enfim, deixemos os desabafos e a choradeira para o próximo post.

Aquele beijo.

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Tour – Part IV

Eu ia falar de Udaipur e já tava esquecendo de Pushkar, a pira mais hippie da Índia. Pushkar é uma cidadezinha bem pequena entre Jaipur e Udaipur (pelo o que me lembro) e é os pontos altos da cidade são as feirinhas que tomam grande parte das ruas com lojas e barracas super hipongas (do ponto de vista ocidental) e um lago artificial que é considerado sagrado. Nesse lago, você chega lá e uns caras, que eu acredito que sejam panditis (tipo padres hindus), te ajudam a fazer todo um ritual com oferendas para os seres superiores. Te dão uma bandejinha com um coco e pétalas de flores e te fazem repetir umas frases que compõem uma oração, primeiro em hindi, depois em inglês. Depois ele te amarra um barbante no braço o qual os nós selam a oração e te faz uma “pinta” na testa. Aquela famosa pinta vermelha que a galera na Índia usa, sabe? Então, é feito com um pó vermelho ou laranja, ambas as cores significam algo sagrado. E no meio tinha arroz cru que também tinha algum significado que eu desconheço propriamente, mas algo relacionado à fartura e prosperidade. Feito tudo isso, fui e joguei as pétalas da minha oferenda no tanque/lago enquanto desejava coisas. Lógico que eles pediam dinheiro depois, são piores que a Igreja Universal aqui. Dizem que é doação para os pobres etc. Deve ser mesmo. Se não for, pelo menos dei de bom grado, mesmo sem poder gastar muito, ou melhor, nada.

A 'grande' Pushkar vista do morro do Brahma Temple (até onde eu consegui chegar, rs)

A ‘grande’ Pushkar vista do morro do Brahma Temple (até onde eu consegui chegar, rs)

Esse lago que na verdade é um tanque grande de água, as pessoas acreditam que ele seja mesmo sagrado e se banham nele para se purificar. Mas a água dele é, claro, estilo Índia, grosseiramente suja. Mas acho que aquela gente é imortal, visto seus estilos de vida, então, tanto faz, tanto fez. Nós não quisemos arriscar e nos mantivemos inteiramente secos. Dando uma volta no lago, encontramos uma galera, umas 10 pessoas ou mais, que pareciam amigos ou mesmo uma família, se banhando naquela água sagrada e verde. Eles viram a gente e enlouqueceram, pediram pra tirar um monte de fotos (com as nossas câmeras) e não falavam uma palavra em inglês. As mulheres eram muito divertidas, me agarraram, literalmente, pra tirar fotos, nem se eu não quisesse não conseguiria sair dali. E eles são assim sempre, veem um estrangeiro e agarram na cintura ou no braço pra tirar foto. Quando algum homem indiano agarrava o Ricardo a gente rachava o bico. Pra eles é super normal ‘abraçações’ e demasiado contato físico entre homens. Cheguei a uma conclusão: existem homens heteros, gays e indianos. Indiano tá no meio dessa linha, um passo pro lado e cai na viadagem. Eles andam de mãos dadas e abraçados, super bonitinho. Pra gente do ocidente isso é viadagem, mas na verdade é um lance cultural. Sempre foi assim porque eles aprendem a manter uma certa distância das mulheres por questão de respeito, então descarregam seu afeto nos amigos do mesmo sexo. Hoje em dia isso tá se perdendo porque tão se ocidentalizando, mas existe ainda. E muito.

Enfim, a última parada em Pushkar era o Brahma Temple que ficava no alto de um morro. Cara, quando eu digo no ALTO de um morro é alto pra caramba. E tinha que subir a pé. Quase faz um rapel pra ir até lá em cima. Muito alto mesmo. Desisti no meio do caminho, evidentemente. Meu coração começou a gritar comigo “você não se enxerga? quer ter um infarto?”, aí eu desci. Os demais seguiram até o topo e disseram que a vista era muito massa, fim.

Então, Udaipur foi uma surpresa. Tava esperando mais uma cidade indianamente normal, mas, Udaipur era uma pira diferente. Não sabia, mas as pessoas costumam chamar lá de Veneza indiana, isso porque a parte mais velha da cidade é feita de ruelas estreitas, cheias de lojinhas e fica perto de um lago lindo. O hotel onde a gente se hospedou tinha um terraço com uma vista incrível para o lago e para os hoteis que ficam dentro dele. Um lixo, né… rs.

A vista horrível.

A vista horrível.

Udaipur tinha o que a gente desconhecia na Índia até então: vida noturna! Na verdade o bom de andar lá era durante a noite, apesar do frio que fazia. A gente descobriu um bar perto do nosso hotel muito louco, o Pushkar’s Cafe, lembrem-se dele quando forem para a Índia. Só dá estrangeiro. Nenhum indiano além do dono, o Pushkar (sim, o mesmo nome da cidade), mas ele era um indiano alucicrazy. Finalmente um lugar pra sentar, tomar uma cerveja e fumar uma hukka (narguile) susse, sem se preocupar com o horário, ninguém para nos mandar embora meia-noite e ouvindo música boa e nostálgica. Lá a gente conheceu umas meninas de Malta, Londres e uma galera da Ucrânia. Rapaz, ucraniano é muito doido. Ucrânia entrou para a minha lista de países a visitar, haha. A gente voltou no bar no dia seguinte e o Pushkar contou que aquele dia eles saíram de lá 9h da manhã do dia seguinte. Ficaram lá umas 12h só bebendo e festando. E, cara, isso na Índia não existia pra nós até então. Esse é um porquê de Udaipur ser tão legal.

Lá a gente também foi dar um rolê de barco pra ver o pôr-do-sol no lago. Sei lá por que, mas o sol e a lua da Índia são diferentes do Brasil. É bem mais bonito. Dá vontade de parar e ficar olhando horas. A cor é diferente… sei lá. A vibe desse lugar é misteriosa.

Ah, a gente também vistou o City Palace de lá e, nossa, que lugar monstruosamente grande! É esquema de museu e a história é contada no caminho com quadros, móveis, roupas etc. Achei muito bom. Só não tirei fotos porque a taxa da câmera era maior que o ingresso, então prefiro que as imagens fiquem só na minha mente, mals ae.

De Udaipur a gente voltou pra Delhi e o tour acabou depois de visitarmos o Red Fort e o Gandhi Memorial, onde o pacifista estaria enterrado. Bom, a essa altura pra mim o Red Fort já não tinha muita graça porque, enfim, era mais um forte. A gente nem andou muito lá, estávamos mais em um clima de sentar na grama e curtir a brisa de Delhi, no meu caso, e no caso do resto do pessoal, da Índia, pela última vez.

Last day together ): at Red Fort

Last day together ): at Red Fort

A despedida se deu no fim da tarde, saindo do Memorial do Gandhi. Foi péssimo. Que dúvida que eu ia abrir o bocão e chorar. Quando chegamos no estacionamento, o Bhaskar que tinha ido me buscar já tava me esperando e o motorista do tour pronto pra levar o pessoal para o aeroporto. De lá a Flor e o Ricardo seguiriam para a Tailândia e a Christella de volta pra China. A hora que o Bhaskar começou a pegar minhas malas do carro, eu pensei estilo Vanessa da Mata: “É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte”. Olhei pra Flor e ela tá tava com cara de choro, aí não aguentei. É impressionante como de alguma forma a gente se apega às pessoas tão rápido. Foi um mês “trabalhando” junto em Vizag, uma semana viajando junto, se vendo todo dia, as únicas pessoas com quem eu podia falar português e às vezes expressar meu stress com os outros que tavam com a gente. E na hora de se despedir, por mais que eu saiba que o Ricardo mora aqui do lado em Joinville e a Flor tá ali embaixo no Uruguai, dá uma sensação ruim que a gente não se veja nunca mais, porque mesmo morando tão perto a gente foi se encontrar na Índia, tipo, do outro lado do mundo. Mas a gente vai se ver de novo, não tenham dúvida, branquelos. Depois disso tudo já nos falamos pelo Face e a viagem deles foi incrível. Fiquei muito feliz e com uma pontinha de inveja \: haha

Enfim, passei essa noite meio triste devido à despedida e pensando no que eu ia fazer dali em diante visto que ia ficar mais uns 12 dias na Índia, em Hyderabad, onde tudo começou e aparentemente mal, sem conhecer nada, nem ninguém. O lance não era aventura? Então aguenta, nega. Aguentei e foi demais.

Ah, eu mencionei o Bhaskar e não expliquei quem era. Essa história merece outro post. Siga-me os bons.

P.S: Já tô no Brasil há uma semana. Mas acho digno terminar de registrar toda essa história.

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Tour – Part III

Não tô dando conta do tanto que tô atrasada com as histórias desse blog. Coisas acontecem todo dia e eu não posso postar porque tenho coisas de antes pra contar. Que mania de postergar tudo na vida, haha.

JAIPUR: Eles chamam Jaipur de Cidade Rosa porque no centrão quase todas as construções são laranjas. Pois, é. Acho que era pra ser salmão, aí eles acham que salmão é rosa. Concepção indiana das coisas é um tanto controversa.

Lá a gente foi no Jantar Mantar, não, não é um restaurante, é tipo um observatório astronômico com aparelhos muito antigos e primitivos que só usam coisas naturais como a luz do sol pra obter resultados tipo calendário, relógio e até ascendência no zodíaco. Legal, legal.

Fiz a cobra subir

Fiz a cobra subir

 

Depois visitamos o City Palace com museus com roupas e acessórios de marajás e suas 8349027 mulheres de séculos atrás. Na saídas encontramos um encantador de cobras com flautinha, naja, turbante e tudo! Ele falou pra gente sentar do lado dele e da cobra pra tirar foto com eles. Segundo ele não tinha perigo porque ela não tinha veneno. Pois, é. Devia ter sim, mas que se dane. Fomos lá um por um sentar perto da cobra do moço. Até fizemos carinho nela. Olha a cara do moço de feliz HUEHUEHUE

 

Passada a cobra, é a vez do elefante. A caminho do Amber Fort, paramos em um “curral” de elefantes para dar uma voltinha neles (êêê!). E elas são tããão fofas! Enormes e fofas. Sim, todas ali disponíveis para passeios eram fêmeas, o cara disse que tem que ser porque macho é meio nervoso. E eles fazem pinturas super coloridas nas trombas delas, fica lindo. Enfim, foi bem divertoso, como diria Laís.

Muita felicidade pruma voltinha só!

Muita felicidade pruma voltinha só!

Aí seguimos para o Amber Fort que é… um forte. Com um palácio dentro. Tem a mesma história de todos os fortes. É bem bonito como quase todos, tem uma vista muito massa. O diferencial de tudo que a gente tinha visto em relação a fortes e palácios até então é que esse foi construído por um marajá hindu, não mulçumano. Ah, a gente chegou tinha um monte de tendinhas coloridas como se fosse de comércio e um monte de gente aglomerada em um canto. O guia explicou que eles tavam filmando um filme de Bollywood e era tudo cinematográficas aquelas tendas. Na verdade, como era último dia de gravação e eles não iam usar mais as coisas que tavam a venda nas bancas, eles tavam vendendo tudo mais em conta. ‘cho loco, né? Lá tinha tipo um palco onde tavam preparando pra gravar e um ator fodão indiano tava lá. Ele falava no telefone e de vez enquando olhava pra galera e dava um tchauzinho. Aí aquela gritaria. Era engraçado porque gritavam enquanto ele tava dando o tchau, ele virou: silêncio. E assim era todo o tchau. Parecia coisa de desenho. A gente não chegou a ver a gravação porque eles não começavam nunca e não tinhamos tempo.

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Cenário da gravação

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Vista do forte

Saímos de lá e fomos tentar almoçar, mas quando o restaurante não tinha preços absurdamente altos para os padrões indianos, era vegetariano. Viver sem carne de boi já é difícil, não nos privem de frango. Foi um parto até decidirem nos levar até o McDonald’s que ficava no centro da cidade, meio longe de onde a gente tava. Comi o famoso Maharaja Mac que é tipo um Big Mac indiano: feito de frango e bem apimentado. Aqui na Índia os McDonald’s tem uma placa avisando que não vende carne de boi nem de porco.

Depois fomos dar um rolê na parte do “camelódromo indiano”. O Rajastão, estado onde estávamos, é conhecido por suas cores. Lá as pessoas, ainda mais as mulheres, costumam usar roupas muito coloridas, tipo uns saris e turbantes laranja e verde fluorecente. Super psicodélico. Deu pra notar essas cores nas mercadorias das lojas e, claro, nas pessoas.

E isso foi Jaipur, a cidade laranja.

Daqui pra Udaipur. E rápido porque amanhã já tô voltando pro Brasil. Para não.

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Tour – part II

Chegamos à Agra. Não lembro bem a ordem das visitas, mas lá nós fomos ver o Agra Fort, Fatehpur Sikri, Sikandra Tomb e, claro, o Taj Mahal.

Tentando enxergar o Taj do Agra Fort ouvindo as histórias de Aziz

Tentando enxergar o Taj do Agra Fort ouvindo as histórias de Aziz

Agra Fort

Agra Fort

A cidade de Agra em si não tem nada para além desses monumentos. Por isso ficamos lá apenas um dia e uma noite, foi o suficiente pra ver tudo. A princípio o Agra Fort não tava incluído no roteiro da agência, mas a gente apurrinhou o motorista até ele concordar em nos levar lá. Valeu a pena. É lindo e enorme lá. A arquitetura e os desenhos esculpidos nas paredes são incríveis. Segundo o guia, lá foi casa de vários imperadores, entre eles Shah Jahan , o que construiu o Taj. Do forte dá pra ver o Taj, mas quando nós fomos tinha muita neblina, então não rolou, mas a gente sabia que ele tava lá. Hehehe

Sikandra Tomb

Sikandra Tomb

Aí fomos para Sikandra Tomb, que é um mausoléu onde jaz o Imperador Akbar. Gigantesco, com jardins enormes, ô gente exagerada! Mania de grandeza até pra morrer. Hahaha. Mas é bonito, bonito.

Fatehpur Sikri não sei explicar, sorry. Hahaha É um lugar construído há uns 500 ou 600 anos atrás também, lá morava alguém importante, enfim.

Eis então o monumento mais esperado: TE-TE-TE-TE-TE-TE-RE-TE-RE!! TE-TE-TE-TE-TE-TE-RE-TE-RE!! TE-TE-TE-TE-TE-TE-RE-TE-RE-TEEE!! TAJ MAHAAAL! TAJ MAHAAL! (Salve, Jorge Ben!). Tinha um rádio na minha cabeça que não parada de tocar essa música enquanto a gente tava lá. Falei pro pessoal que a gente deveria reunir mais brasileiros e fazer um flashmob com essa música lá. Hahahahaha

Quando a gente saiu do hotel  com destino ao glorioso já tinham borboletas enfurecidas no meu estômago. Quando a gente chegou lá eu já não tinha estômago. Antes de entrar de fato, o guia parou a gente pra contar toda a história que na hora eu não tava nem um pouco interessada. Queria logo entrar lá e ver tudo aqui de perto. Quando se chega na frente de um portão que separa o espaço do Taj com a entrada já dá pra ver e você vai andando e ele vai crescendo diante dos seus olhos. Por Deus que aquilo não parecia de verdade. Parece tinha uma quadro na minha frente ou uma foto, sei lá. Eu entrei em transe. Deus do céu, que lugar lindo. É assustadoramente perfeito. Quando se tira foto não tem ângulo que fica ruim. E por uma ajuda divina o dia também estava perfeito: nenhuma nuvem no céu, clima super agradável. Hare, eu lembro e tenho vontade de chorar. Hahaha

Foi uma linda história de amor...

Foi uma linda história de amor…

Lá dentro não é muito interessante. Só a réplica do túmulo da princesa. Sim, a réplica. O original só é aberto um dia do ano em junho por algum motivo religioso islâmico. Mas não tem nada demais pra se ver. O lance é o lado de fora.

Ficamos lá até a hora de fechar. Fomos literalmente expulsos pelos guardas. Hahahaha Não tem horário certo pra fechar, anoiteceu, falôvaleu, galera. Mesmo porque não tem nenhuma iluminação artificial lá.

O pôr-do- sol no Taj Mahal. Quando na minha vida eu achei que fosse ver isso? Sob a luz do sol aquilo parecia que tinha luz própria por causa do mármore branco. E conforme o sol ia se pondo, o branco se tornava um tom meio amarelado e a “luz” ia se apagando. Acho que por ser inverno o sol tava meio longe, então o espetáculo de cores não foi tão grande, mas quem liga? Ficamos lá paradões, bestificados só admirando tudo aquilo até nos mandarem embora.

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“Feel the good vibes”

Depois desse dia eu posso afirmar que eu vim pra Índia, apesar de que a realidade da Índia passa muito longe de toda beleza que o Taj Mahal acumula. Como disse a Flor uma vez: ” a gente tá vivendo extremos”. Enquanto dentro de alguns portões se concentram todo luxo e riqueza que contam parte da história da Índia, do lado de fora a outra parte é contada de forma bem diferente, em meio à pobreza, poluição e em um cenário que choca tanto quanto o Taj Mahal, mas não pela beleza.

Daqui pra Jaipur. Follow us.

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Tour – part I

Wasup, niggas!

Finalmente o tour!

De Vizag mesmo contratamos uma agência de viagem para fazer um tour com direito a Delhi, a capital da Índia, Agra, cidade do Taj Mahal, e algumas cidades do Rajastão, estado do norte da Índia mais visitado por turista por ser um dos mais tradicionalistas.

A gente ouviu várias propostas de várias agências e pessoas aways e a melhor foi uma que a Christella, chinesa que trabalhou conosco em Vizag, nos enviou. Mais barato e atendia nossas expectativas quanto ao roteiro que foi esse: Delhi, Agra, Jaipur, Pushkar and Udaipur.

Qutub Minar

Qutub Minar

DELHI: foi onde chegamos de Vizag. Lá o motorista da van que nos levaria Índia afora foi nos buscar e nos levou para conhecer alguns monumentos da capital como Qutub Minar, Baha’i House, Indian Gate e o Birla Temple. Então, no Qutub Minar a gente até tinha um guia e tal, mas eu já não lembro muito do que ele disse. Eu lembro que, como quase todos os monumentos aqui, foi construído por algum imperador islâmico lá pelo século 15 ou 16 (acho, e apenas acho, que foi o Akbar) e é o maior minarete do mundo, por minarete compreendam aquelas torres de mesquitas muçulmanas, sabe? Puxe imagens de O Clone na sua memória. Ou no Google. Anyway, lá é bem bonito. Ruínas enormes. Felizmente, bem no dia que fomos algum grupo de teatro tava fazendo uma apresentação lá. Em hindi. Mas teatro é teatro, a gente para pra apreciar em qualquer língua e lugar, num é? Gravei um trechinho se vocês quiserem ver. As imagens tão péssimas porque eu simplesmente ergui meu braço e apertei rec porque tinha muita gente lá. Não vi como tavam saindo as imagens.

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Lotus Temple

De lá fomos para o Baha’i House ou Lotus Temple. É um templo em forma de Flor de Lotus. Lindo, lindo. Lotus aqui é uma flor sagrada, ligada à criação do universo, elevação do espírito, essas coisas. Na verdade, é impressionante como tudo aqui é sagrado. O nosso motorista falava o tempo todo: “tá vendo aquela árvore? na Índia ela é Sagrada, deuses moram nela”, “você gosta de esquilos? aqui eles são sagrados”, “tá vendo o camelo, o elefante, a vaca, o passarinho, o macaco, aquele muro, aquele homem pelado? eles são sagrados”. Ah, pois, é, um homem pelado. Voltando do tour a gente passou por um homem na estrada totalmente pelado e numa boa conversando com um chapa (de roupa) numa boa. Eu disse “mas o quê…?!” e o motorista “não, não, ele é um homem santo por isso ele anda sem roupas”. Tava tão cansada que não perguntei mas nada, mas fiquei querendo entender depois.

Enfim, o Lotus Temple. É uma casa de oração para todas as religiões. Lá dentro não te nada demais, só bancos para você sentar e orar para seu Deus ou deuses ou santos ou whatever. Na saída tem pessoas distribuindo panfletos que explicam direitinho o templo e sua história em várias línguas. Surpreendentemente eles tinham em português.

Faceira no India Gate (:

Faceira no India Gate (:

Depois fomos ao India Gate. Parece muito com o Arco do Triunfo de Paris (não que eu já tenha visto pessoalmente haha) porque de fato foi inspirado nele. É um monumento em memória de soldados indianos que morreram na Primeira Guerra.

Daí, fomos ao Birla Temple. Um templo hindu muito bonito, uma pena que não podia tirar fotos lá dentro. Nas paredes tinha desenhos que contam histórias do mitologia hindu e lindas estátuas de deuses como Lakshmi. Tem gente que acha isso macumbaria, eu acho tudo muito bonito, muito místico, sinto a energia boa que os templos oferecem. Eu tenho minha religião, meu único Deus, mas não desmereço nenhuma outra crença. Questão de respeito. Quem vem pra Índia tem que vir com a mente aberta e tentar entender tudo isso. Por outro lado acho que nem vale a pena.

Do Birla Temple para o Hotel e no dia seguinte seguimos para Agra, a terra do Taj Mahal.

Mas isso só depois dos comerciais.

P.S: Sorry, não consegui postar o vídeo \;

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Bye, Vizag

É, o tempo passou muito rápido e chegou o dia em que nosso trabalho acabou e deixamos Vizag. Foi quase um mês de muitos sentimentos indo desde a alegria até o stress e ansiedade. Mas no geral foi incrível. Conheci muita gente legal, fomos super bem tratados lá e só tenho a agradecer.

Saí, ou melhor, saímos de lá um pouco frustrados. Fomos à Índia pela AIESEC com o intuito de participar do projeto Genesis mais ativamente do que realmente foi. Na real a gente só apresentou duas vezes sobre o HIV e a maioria, incluindo minha pessoa, nem apresentou porque eram apenas 3 pessoas de cada vez e nos avisavam tudo o que tinhamos que fazer em cima da hora e não dava tempo para nos prepararmos.

O que fizemos bastante foram apresentações culturais. Íamos a colégios e universidades falar sobre a cultura de nossos respectivos países. Foram boas e divertidas as apresentações, quanto a isso só alegria.

Sabe o que pesa na AIESEC India? Desorganização. No fundo eles tem toda força de vontade do mundo, mas nada anda direito e não é culpa dos meninos e sim da cultura deles. Juro, indiano no geral é muito enrolado. Não é à toa que chove denúncias contra a AIESEC India na AIESEC Internacional (ouvi falar), as coisas não andam, os projetos quase não existem. Um outro motivo é o fato de que eles são loucos por quantidade e dane-se a qualidade. Quer exemplo melhor do que a própria India que é abarrotada de gente e onde a qualidade de vida é tão baixa? Tem vários pontos a serem discutidos nesse caso, mas vocês entenderam a ideia. Nas reuniões deles só se falava e aplaudia a quantidade de EPs, de TNs, de dinheiro arrecadado. Em Hyderabad quando eu cheguei tinha dezenas de intercambistas. A maioria reclamando das condições de acomodação e da falta de trabalho. E eles nitidamente não tão nem aí, que venham mais. E daí que tem 22 pessoas num apartamento que cabiam 5? E daí que as pessoas dormem no chão, sem colchão ou sentadas? Fodam-se, vocês são só números.

Tá, nisso tô falando de Hyderabad. Em Vizag foi diferente, quanto a isso não tenho do que reclamar. As acomodações eram ótimas, de fato deveriam ser as melhores da Índia, como eles disseram antes de irmos pra lá, e os meninos eram super preocupados se estávamos bem lá. O que me entristece é que eu sei que não vai ser assim pra sempre, é assim porque eles tão começando agora. Quando a AIESEC VIZAG virar um LC de fato, os números vão subir a cabeça. Espero que não, mas a probabilidade é grande.

Desabafos à parte, tenho muito o que agradecer à AIESEC Vizag por fazerem parte desse capítulo tão importante da minha vida. A Índia não seria a mesma coisa se não tivesse conhecido vocês. E espero de coração que vocês progridam cada vez mais com a AIESEC Vizag. Quero poder voltar pra Índia um dia e rever vocês. Thanks so much! (I have to thank the AIESEC Vizag for being an important part of this chapter of my life. India wouldn’t be the same if I had not known you. I wish you all the best. I wanna come back to India someday day and review you all. Sukriya! ;))

Bom, deixamos Vizag no dia 12 com destino a Delhi, eu, Flor e Ricardo, para começarmos nosso tour pelo Rajastão e Agra. Na capital encontramos Christella, uma das chinesas que trabalhou conosco em Vizag, e a Sylvia, amiga da Christella que até então não conhecíamos porque ela trabalhava em Hyderabad.

Mas isso é assunto pra outro post.

Sigam-me os bons.

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Wedding

Namastey!

Desculpa de novo a negligência com o blog. Até o pessoal que tava viajando comigo tava me cobrando atualizações, mas nunca dava tempo. Tanto tempo sem escrever que talvez eu me esqueça de alguma coisa, mas bora lá.

At first: the wedding. Lembram que eu comentem que ia a um casamento? Pois é, eu fui! 😀 Oportunidade única na vida de ver uma ritual tão diferente do Brasil. Não, não é igual no Caminho das Índias, não tem elefantes. É parecido, mas não igual. A propósito, quando forem pensar em Índia desencanem dessa novela. De lá você só aproveita as expressões tipo: “arey”, “chalo”, “thik hai”, “acha” e “shukriya”, hehehe.

Um dia antes do casamento o qual eu me convidei sem nem conhecer a noiva antes (HÊHÊ), a gente foi até a casa dela para fazer mehendi (aquela henna linda que as mulheres fazem na mão), só então conheci ela e as demais pessoas da família, até então só conhecia o Zubair que é AIESECer de Vizag, primo da noiva. Todo mundo muito simpático e querido. A princípio tinha pouca gente na casa, mas depois foi chegando gente que não acabava mais e tudo isso porque nós estávamos lá, firanges estrangeiros. Hahaha

Para ir a casamentos precisávamos de sarees, roupa típica das mulheres. Na real a gente mais queria vestir do que precisava. Comprei o meu faceiramente, mandei fazer a blusa para usar por baixo (essas blusas geralmente não dá pra comprar prontas, no fim do saree vem um tanto de pano especialmente para você mandar fazer), mas no fim não deu certo por alguma razão em telugu que a maid da família do Zubair falou. Peguei então um emprestado da mãe dele e fomos lindas, glamurosas e indianas para a festa.

O traje dos homens era ótimos também. Totalmente Aladin fashion style, principalmente o sapato com aquela voltinha na ponta e a camisa compridona cheia dos frus frus. O máximo!

Ritual de preparação da noiva (ao centro, coberta com flores)

Ritual de preparação da noiva (ao centro, coberta com flores)

Chegamos no local da cerimônia e em um andar se passava o ritual com a noiva e em outro com o noivo, no do noivo só homens podiam entrar. A noiva tava MUITO nervosa. Tanto que quando chegamos ela tava em prantos. Ok, eles nascem acostumados com a ideia de que vão se casar um dia e provavelmente o casamento será arranjado, mas, cá pra nós, não deve ser fácil. Uma noiva normalmente já ficaria muito nervosa no dia do casamento, imagine  nessas condições. Ela não deu um sorriso durante todo casamento, nem pras fotos, ela nem olhava pras fotos algumas horas. Um pouco me disseram que era normal a noiva estar mais séria, mas o outro tanto era nervoso mesmo. Mas aí a gente já entra no tema religião e costumes e isso dá pano demais pro saree. Adiante.

Ah, era um casamento entre muçulmanos, não hindus. Mas o estilo da cerimônia é o mesmo: indian marriage style, hehe.

Fazendo as indianas.

Daisy (China), Zecha (Indonésia), eu, Flor (Uruguai) e Ixora (Indonésia)

Enquanto lá em um salão ocorria as cerimônias e tal, o pessoal já tava indo pro terraço jantar. Jantar super indiano com direito a comer em pé e com a mão. Essa foi a primeira vez que eu realmente tive que comer com a mão aqui na Índia, outras vezes só por opção. A pose de Deusa Lakshmi por estar vestindo um saree se foi, né, mas findado o jantar voltamos a ser divas. HUEHUEHUE

E um casamento indiano é isso. Não tem festa, nem nada. Acabou a cerimônia e o jantar, falôvaleu. Na verdade, são três dias de festa, mas só entre os familiares e amigos mais próximos os dois primeiros dias. Anyway, é lindo! Sem sombra de dúvidas foi um dos ápices da viagem. Presenciei uma das coisas mais lindas da cultura indiana. No meio da cerimônia o Ricardo me perguntou: “você se deu conta de onde a gente tá?”. Me dei e curti demais. Só tenho a agradecer e desejar o melhor do melhor aos noivos, Farah e Mustafa e a família deles.

 

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Vontade de enquadrar essa foto (:

Próximos posts: Bye, Vizag e Tour.

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Raísa is alive

E aê, brazucas.

Saudades de mim? Então, abandono do blog por causa do lance da internet que eu já expliquei.

Aconteceu bastante coisa nesse meio tempo.

Primeiro e mais importante de tudo: há alguns dias participamos de um flashmob (!!!!!). Foi DAORA! Tipo, um sonho realizado. Dançamos músicas indianas, com indianos, para indianos na Índia. FUCKIN’ AWESOME, meu Deus! Dá uma olhada no vídeo. Eu apareço vagamente e errando ainda huehuehuhe.

Bom, de uns dias pra cá a gente tá conseguindo andar sozinhos aqui, e é, tipo, um alívio. Os meninos da AIESEC querem tanto cuidar da gente que acaba sufocando e não fazemos nada. É ainda pior quando a pessoa é extremamente irritante como um AIESECer em específico que não vou mencionar o nome, rs.

Pois é, mudei de acomodação de novo. Aconteceu alguma treta que não quiseram nos contar com o outro apartamento e nos tiraram de lá. Moro com as mesmas duas chinesas e a indonésia, mas em um apartamento diferente. A princípio os meninos chineses também moravam aqui, mas foram pra outro flat onde só tem meninos. Ah, é, aqui na Índia tem dessas coisas. Quase em todo lugar as mulheres e os homens estão separados. Tem hostel só para mulheres e só para homens, nos templos é mulher de um lado e homem do outro também. Até ônibus e trens tem vagões diferenciados.

Ontem veio pra cá um cara da AIESEC Hyderabad que é tipo o chefe da extensão aqui. Senhor arrogância. Veio com mais duas brasileiras que tão trabalhando em Hyderabad também. Duas cariocas revoltadíssimas com a falta do que fazer em Vizag. Reparei que cariocas e paulistas só reclamam. Ô, gente chata, rs. Brincadeira amigos, paulistas e cariocas. Amo vocês.

Por causa da visita do chefe, eles tiveram o LC Day onde foram dividos os membros em times na AIESEC Vizag. Até então eles eram como mais membros do time de OGX de Hyderabad, ou alguma coisa assim. A gente teve que pagar também porque teoricamente teria uma festa na praia depois. Doce ilusão. Teve tipo uma festa na casa do Saif depois e ainda nos cobraram mais 100 rúpias além das 500 que pagamos pra nada antes. Fiquei super feliz porque meu dinheiro acabou e só vou ter amanhã. Tô falida. Mas, enfim, não me perguntem nada sobre festa, obrigada, rs.

Hoje sentamos pra conversar sobre nossos destinos depois de Vizag. O trabalho acaba semana que vem, dia 12 já estamos partindo. Vamos eu, Flor (Uruguai), Ricardo (Brasil), Zecha and Ixora (Indonésia) desbravar algumas cidades no norte da Índia. Pra nossa felicidade o Zubair, AIESECer daqui de Vizag, vai com a gente. Ele é super gente boa e conhece pessoas e lugares por lá, vai ser uma mão na roda.

Ok, tudo isso até dia 20. Depois temos planos mais ambiciosos além-Índia, mas pra mim ainda não é certeza. Torçam pra que dê certo. Nem vou falar muito pra não dar zica e minha mãe nem sabe ainda.

Putz, sabe uma coisa que tá me fazendo falta? Vaca.

Mas não tem centenas de milhões de vacas na Índia, Raísa? Tem, sim, meu jovem, mas estão todas vivas. Quero elas mortas e grelhadas com farofa, maionese, salada, arroz e feijão NO SPICY AT ALL! Não consigo me acostumar totalmente, juro que tô tentando, mas é pimenta demais. Nos restaurantes só dá eu e a Flor gritando com os garçons: NO SPICY! Haha

Teve uma vez que a gente comeu bife aqui, na casa do Saif que é muçulmano, só não come porco, mas mesmo assim é MUITO difícil de se encontrar carne de vaca por aqui. E dizem que quando se acha a procedência é duvidosa.

Tô sentindo falta de poder sentar na beira do mar e tomar aquela cerveja trincando. Aqui só se toma bebida alcoolica em locais fechados, na rua é proibido, não lembro se já comentei isso.

Apesar de todas as saudades, de coisas e pessoas, não quero ir embora agora. Como me disseram a Flor e o Ricardo, a gente vai ver nosso país, cultura, amigos, familiares etc, o resto do ano, mas aqui sabe Deus quando eu vou poder voltar, se eu puder.

Ah, outro dia a Ixora me falou que aqui na Índia tem cerca de 200 canais só de notícias 24h por dia. Bora voltar pra cá e conseguir um emprego ano que vem. Não gosto de Tele, mas vai saber, né?

That’s all, folks. Agora que tenho um modem, vou tentar não sumir tanto daqui.

Beijo no baço.

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Here we go

Namastey, bonitinhos.

Eu fico pensando o dia inteiro: “nossa, isso eu tenho que escrever no blog”, aí chega em casa ou não tem internet ou tô cansada e esqueço de tudo. Se desse pra escrever todo dia era mais fácil, mas tá tenso o lance de internet aqui. Anyway, vamos d(e)ivagar, rs.

No sábado começamos a trabalhar. Fomos a uma ONG chamada New Hope que é como se fosse… não sei a palavra certa, mas é, tipo, um lar onde moram crianças portadoras do vírus HIV. Lá mesmo elas estudam, pois tem sala de aula, computadores etc. Eles até tem aula de japonês com uma voluntária japonesa (que não é da AIESEC). E é um lugar muuuito afastado da cidade, tipo uns 70 km do centro e uns 10 km do bairro ou vila mais perto. Eles estão isolados de fato lá e de propósito. Enfim, era o primeiro dia que a gente ia fazer alguma coisa, eu tava meio tensa, mas se desse mais certo estragava.

A gente foi só para apresentar nossos países a eles (Brasil, China e Uruguai), o lance da AIDS de fato a gente começa só no fim dessa semana, eu acho. E, cara, foi perfeito. Pensem em crianças adoráveis e agora multipliquem isso por 23487. Eu fiquei muito emocionada durante as apresentações. Eles interagiam pra caramba com a gente, repetindo as palavras, perguntando como se dizia algumas coisas na nossa lingua etc. Os chineses ensinaram movimentos de Kung Fu pra eles, a Flor (uruguaia) música em espanhol e eu e o Ricardo samba. Sim! Cara, foi o máximo eles tentando sambar! Tinha até um menininho do 1 ano e pouco tentando e eles tavam indo bem, viu? Como bons indianos, gostam de dançar. E quando eles falavam com a gente nos chamavam de “brother” and “sister”. E sorriam o tempo todo. Olhavam pra nós como se fossemos estrelas de Bollywoood, ficavam todos faceiros quando eles olhavam pra gente e a gente sorria de volta ou falava com eles.

Não sei explicar o que eu senti lá. E eu não tava esperando, sabe? Tô tão acostumada com criança irritante que eu esqueci que algumas podem de fato ser assim. Uma coisa é certa: eu tô muito satisfeita. Tô no rumo certo.

Crianças do Lar New Hope

Crianças do Lar New Hope

Depois das apresentações conversamos com o diretor da ONG que foi muito receptivo com a gente, explicou tudo e o que a gente poderia fazer pra ajudar e tals. Disse que lá eles cuidam para que as crianças mantenham o tratamento e façam exames regularmente para manter a doença estabilizada e o vírus não desenvolver.

Quando voltamos para o centro fomos ao Chocolate Room e encontramos mais uns piás da AIESEC e as novas interns que tinham chegado. Três meninas: uma chinesa e duas da Indonésia. Nem falei direito com a chinesa até agora porque ela é bem quietinha, mas as da Indonésia são umas fofas, a Zecha e a Ixora. A Ixora faz jornalismo também e isso tá na cara dela e no jeito de andar dela. É meio doida e super simpática, comunicativa, quer aprender todas as línguas possíveis de uma vez. A bicha é uma figura. A Zecha já é mais quieta, mas também é bem simpática. Tem cara de 15 anos, mas tem minha idade. Ambas são muçulmanas, mas só a Zecha usa véu ou lenço pra esconder o cabelo. Elas explicaram que a necessidade de usar o véu varia muito de família pra família lá na Indonésia.

Domingo teve festa na piscina AEAEAE! Mas as pessoas entravam na piscina de roupa. Pois é.Não tava muito empolgante, não tinha música porque o som não funcionou, mas deu pra rir bastante. Como diz o Ricardo, os meninos da AIESEC daqui são muito miojo, ficam cozidos em 3 minutos, huehuehue.

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Visita ao orfanato muçulmano

Hoje fomos a um orfanato muçulmano apresentar nossos países de novo. E foi BEM diferente. Eram só meninos e bem quietinhos, tímidos, sérios. Assistiam a apresentação com a maior atenção do mundo, mas não interagiam. O interessante é que os responsáveis pelo orfanato também estavam prestando a maior atenção e perguntando coisas. Mas foi tudo bom mesmo assim.

No geral aqui tá tudo lindo, tudo azul. Domingo me deu uma badzinha, mas passou hoje. De manhã eu e as meninas fomos à praia e a brisa tava boa (que frase hippie). Fomos à um templo hindu que fica na orla, o Kali Temple. Bem bonito e com uma vibe muito boa também, afinal, é um templo à beira da praia. Pena que não podia tirar foto.

Tô no ápice da minha confusão de línguas. Até pra pensar eu misturo tudo. Enfio uns “né” no fim das frases, alguém me pergunta alguma coisa em inglês e eu respondo em português e vice versa. E é engraçado porque às vezes eu não percebo na hora que eu falei em português e eles param e ficam me olhando com cara de reticências. Mas a gente conversa, a gente se entende.

Eu tava lendo meus outros posts e vocês notaram que são bem informais e cheios de coisa escrita errada e tals. É que na verdade o que eu faço aqui é escrever tipo anotações, um diário de Daniela, por isso não me preocupo muito. Não me julguem com frases do tipo “nossa, isso que faz jornalismo, hein?”. Tá ruim, num lê e cabô cunversa.

Beijos no pâncreas.

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What’s up, Vizag?

Eae, branquelos!

Sumi porque aqui em Vizag a internet não é tão fácil, mas eu consegui pescar o wi-fi de alguém na sacada, então vamaê.

Cheguei em Vizag sã e salva apesar do ônibus. E pra pegar esse ônibus foi outro parto porque foi um outro cara que comprou o bilhete pra mim, aí eu tinha que ir buscar em um lugar que não sabia onde era; aí tinha que pegar o ônibus num lugar que eu não sabia onde era; e aí viajar 14h num ônibus sem ar-condicionado, sem banheiro, com pessoas que não falavam inglês. Legal, legal. Antes de sair de Hyderabad já tinha ligado pro pessoal da AIESEC daqui pra eles me buscarem. Lógico que eu fiquei com um pé atrás achando que iam me largar no ponto de novo. Mas não, graças à Deus. Quando eu cheguei, liguei pro Zubair e ele veio me buscar.

Nossa, cara, a diferença de Hyderabad pra Vizag é enorme. Primeiro que a cidade parece ser mais “civilizada”, mais ocidental em alguns aspectos, não sei explicar direito. E segundo que o povo da AIESEC daqui é 92342374 vezes mais atencioso com a gente. Eles tão por perto o tempo todo e são super gente boa. Lá em Hyderabad eles tavam meio cagando e andando pros EPs. Acho que essa diferença se explica pela AIESEC Vizag ser uma extensão de Hyderabad e tá meio que começando agora. Somos os primeiros EPs. Tipo aí em Ponta Grossa. Então eles estão super preocupados em fazer tudo dar certo. Fica a dica @PG, não vamos relaxar com o passar do tempo.

Cara, aconteceu muita coisa. Em um post é impossível. Vou tentar ir contando as poucos.

Bom, a primeira pessoa que eu conheci em Vizag foi o Zubair que, como eu já disse, me buscou quando eu cheguei na cidade. Ele me trouxe para um apartamento que seria minha acomodação provisória. Durante a noite eu fui de mala e cuia para outra casa. Enfim, aqui no apartamento já tinham  EPs: três chineses e um tailandês. Dei oi mais ou menos porque eles tavam meio dormindo ainda, mais tarde a gente se conheceu direito.

Eles me chamam de Ray e de Rey porque meu nome parece ser muito difícil pra eles. Então toda vez que alguém cumprimenta alguém com “hi” e “hey” eu acho que é comigo. E eles acham um absurdo o R em português ter o som que o H tem no inglês, sabe? Mas tô ensinando algumas palavras em português pra eles e eles tão curtindo. Eu desisti de Hindi e Telugu porque é impossível. Eles mesmo disseram isso. E mais uma vez disseram que eu tenho cara de indiana. Acho que é verdade, então.

Sobre a casa, quatro palavras pra vocês: chuveiro, privada e água quente. Sem mais.

Bom, depois chegou o quem se dizia o dono da casa, o Habeeb. Ele não é um AIESECer, mas é primo do Zubair. Eis o primeiro playboy indiano que eu conheci. O cara é uma  figura. Ele disse que o pai dele era ministro de alguma coisa aqui na Índia, então, digamos que a situação financeira deles é BEM estável. Depois eu descobri que era mentira, os pais dele já morreram e ele é todo problemático, mas quanto a ser rico, isso continua sendo verdade, rs. Ele é daqueles que anda com a calça quase no joelho e com a cueca toda aparecendo. O cúmulo do ocidentalismo. Apesar de parecer um playboy super mimado, e é mesmo, ele é muito gente boa e prestativo. Me levou pra dar um rolê quando eu cheguei e qualquer coisa que você pede ele faz, da forma mais desastrada possível, mas faz.

Pois bem, depois foi chegando todo mundo da AIESEC aqui. A casa encheu de homem (!!!!). Pois, é, a AIESEC daqui só tem homem. Não conheci uma única menina ainda. Não estou reclamando DE JEITO NENHUM, só comentando, rs. Mas são todos muito comportados e respeitam a gente. Andamos de shorts e vestido na casa pra cima e pra baixo e eles não tão nem aí. Lá em Hyderabad, DEUSOLIVRE se alguém visse a gente de roupa curta. A gente não é tonta de sair na rua assim, só em casa mesmo. Na verdade eu saí uma vez porque não tive escolha, mas as pessoas logo perguntavam se eu era americana, então tava tudo bem, aí diziam que eu era do Brasil então tava mais tudo bem ainda. Mas é chato, viu. As pessoas já te encaram loucamente quando você tá de calça, imagine com saia ou shorts. Não façam isso quando vierem pra cá, apesar do calor, hehe.

Então, nesse meio tempo a gente teve reunião do projeto que começa hoje/amanhã e eu me mudei por uma noite. Fui pra casa do Saif, LCP, onde a Flor, intercambista do Uruguai, tava acomodada também. A casa era meio longe do centro, mas era bem bom lá também e a gente fazia nossas refeições com a família do Saif. Sim, numa típica família indiana, com comidas típicas e tal, daora. Aqui se você deixar eles dão comida na sua boca, sério mesmo. Com doces eles fazem isso. Nas refeições, alguém da casa sempre faz nosso prato colocando quilos de comida  e fica do lado esperando você comer pra por mais comida ainda. Cara, sério, eles estufam você até onde eles conseguem. Parecem minha vó. E se você come pouco é quase uma ofensa. E lógico que a comida era loucamente apimentada. A gente come com um lenço do lado porque o nariz não para de escorrer por causa da pimenta, rs. Quando a gente foi na casa da irmã (eu acho) do Saif o primo/irmão dele disse que eles não tem mais paladar por causa da pimenta muito forte a vida toda. Ah, e eles acham esquisito a gente comer com garfo e não com colher. Na verdade, eles comem com a mão (a direita), mas pra gente eles davam talheres. Mas as carnes tipo peixe e frango vai com a mão mesmo porque quase não existem facas na Índia. Nos restaurantes só te dão garfo e colher, e o mesmo nas casas.

Outro detalhe é que a gente tem que tirar os sapatos para entrar nas casas. Só nas de família, porque na casa onde só moram os meninos ou a gente, tanto faz.

Mais uma coisa: eles fumam MUITO aqui. Todo mundo (homens). Tipo, acendem um cigarro no outro. E mascam fumo. O Habeeb comprou folhas de alguma coisa pra mim e pra Flor, mas não masquei ainda e nem sei se vou mascar porque do jeito que ele é alucicrazy é capaz de dar treta isso aê, hahaha.

A maioria dos piás da AIESEC são muçulmanos, mas tem hindus também. De qualquer forma, as pessoas se vestem praticamente do mesmo jeito, só quando é muito fanático religioso que muda alguma coisa. As mulheres usam saris e outras roupas tipicamente indianas e se muçulmanas, usam lenços pra tampar o rosto.

Bom, ontem a noite voltei a morar aqui no flat com a Flor e as chinesas porque chegou mais um EP (Ricardo, brasileiro, por sinal) e eles colocaram os homens na casa do Saif e as meninas no flat. Tiveram que fazer isso porque os vizinhos reclamaram do barulho e, na teoria, meninas são mais comportadas, RISOS.

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Habeeb e Flor (sem perguntas sobre a minha perna, vamos evitar a fadiga)

 

 

Ontem a tarde o David (primeiro indiano cristão que eu conheci) levou eu e a Flor em um mercado pra comprar ervas, temperos, salgadinhos e outras coisas indianas. Depois passamos a noite inteira, nós duas e o Habeeb fumamos narguile (aqui eles chamam de Hucca) e foi no mínimo divertido. Ah, as essências daqui são boas mesmo. Aceito encomendas. Passo o número da conta depois, haha.

 

 

Ah, um detalhe IMPORTANTÍSSIMO: vesti meu primeiro sari! (AAAAAAAH!!) e vou em um casamento!!! (AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!) MORRI EM SHIVA DE EMOÇÃO.

Primeira vez de saree. Rolou uma emoção.

Primeira vez de saree. Rolou uma emoção.

Depois eu conto direito isso e o resto das coisas. Tô postando as fotos no FB aos poucos porque muitas estão nas câmeras alheias.

Tô indo prum encontro com pessoas portadoras do vírus HIV daqui a pouco. Depois vamos pra casa do David preparar a apresentação e amanhã é dia de branco (expressão mais tosca do mundo), começa o trabalho.

Vou tentar manter isso atualizado, ok?

Falô, valeu.

Beijos no fígado.

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